quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cuelcinha: Calcinha para homens

Foi para presentear um amigo que a jovem estilista Beatriz Rouce, 21 anos, fabricou sua primeira peça de lingerie masculina. "Eu tenho vários amigos homossexuais, e um dia um comentou que seria interessante se houvesse um produto como esse", conta a empresária de Americana, no interior de São Paulo.

Cuelcinha: Calcinha para homens
Peças têm modelagem feita para o corpo masculino

"Ele gostou, mais amigos pediram, e eu abracei a ideia", diz Beatriz, que viu no interesse do amigo uma oportunidade de se especializar e abrir a própria empresa.

Nasceram daí as "cuelcinhas" (de cueca + calcinha), batizadas assim por serem criadas para se adequarem à anatomia do homem, mas com todos os babados, rendas e delicadezas das tradicionais lingeries femininas. Hoje, ela contabiliza a venda de cerca de 50 peças por dia, confeccionadas por uma empresa de costura terceirizada. É dela, no entanto, a escolha dos desenhos, tecidos, aviamentos, acabamentos e moldes de toda a produção.

O empreendimento contou com o total apoio dos pais de Beatriz. Donos há 23 anos de uma metalúrgica na cidade, eles financiaram a abertura, em outubro do ano passado, da Comum de Dois, empresa criada para a filha. Hoje, a mãe de Beatriz cuida também da administração da empresa ao lado de seu outro filho, Rodrigo, que é responsável pelos estoques, logística, emissão de notas fiscais e envio da mercadoria aos clientes.

"Meus pais viram uma oportunidade de crescimento e resolveram investir". Abriram um site na internet, procuraram quem fabricasse as peças e já começaram a receber pedidos e encomendas. As vendas acontecem por Skype e MSN e os produtos são entregues pelos Correios - tudo com a máxima discrição, garante a empresária. Os preços variam de R$ 40 a R$ 55.

Cuelcinha: Calcinha para homens
Empresária aplica tendências femininas para criar a lingerie para homens

A reação ao lançamento da marca, conta Beatriz, foi imediata - tanto dos consumidores quanto dos críticos. Nas primeiras semanas, a "cuelcinha" repercutiu nas redes sociais e o site chegou a cair por conta do alto e inesperado número de acessos. "Não precisamos nem fazer propaganda. Logo já estávamos em blogs e recebendo muitos comentários", conta a estilista.

A mãe de Beatriz e gerente da Comum de Dois, Edy Rouce, diz que o filão de homossexuais que gostam de usar peças de roupas femininas existe e é praticamente ignorado no Brasil. "Como empreendedores, é claro que pensamos no resultado. Mas tudo isso surgiu porque esse mercado é carente de coisas exclusivas para eles", diz Edy que, junto com a filha, planeja lançar uma nova linha de produtos no início de fevereiro, sempre ligada ao universo das roupas femininas. "Vamos manter esse conceito".

Tanto na opinião da mãe quanto da filha, grande parte das críticas ao produto vem de pessoas que não entenderam o conceito da marca, destinada a atender um nicho específico de consumidores.

Cuelcinha: Calcinha para homens
Peças são embaladas discretamente.

"Não é um produto para homens heterossexuais, para o namorado de nenhuma mulher. É para um nicho dentro do público gay, e vi que em alguns momentos isso não foi compreendido. Mas não vou me esforçar para que isso seja entendido, quem é o público sabe", diz Beatriz.

Segundo Edy, a gerente, a marca oferece produtos que se diferenciam de itens vendidos em sexshops, dedicados a fetiches, porque a ideia é que as calcinhas sejam usadas também no dia a dia, a exemplo das mulheres. "Tem a vertente da noite, a que você usa para a balada. E tem aquela de usar para o escritório que não vai marcar nada, não vai denunciar nada. Um executivo, por exemplo, não vai gostar que apareça um lacinho. Tem modelos mais básicos", diz.

Cuelcinha: Calcinha para homens
A estilista Beatriz Rouce, 21 anos, criadora das cuelcinhas

A jovem empreendedora, que até então acumulava no currículo alguns cursos técnicos e trabalhos pontuais na costura, diz que precisou pesquisar e aprender para desenhar as lingeries masculinas. "É difícil porque você tem que aplicar o conceito masculino, com a anatomia diferente, mais a parte da sensualidade". As redes sociais e a internet são as principais fontes de inspiração da empresária para saber das preferências do público e até do que é tendência nas lingeries femininas para aplicá-las às coleções. "É um público exigente, detalhista, que presta atenção no acabamento e vê para onde está indo o dinheiro dele".

Justamente pelo inusitado dos produtos que fabrica, Beatriz entende que a seriedade na produção e no relacionamento com os clientes é fundamental para o crescimento da empresa. "É um trabalho sério, é muita responsabilidade. De não fazer feio, de não vulgarizar, de não me denegrir, nem aos meus clientes", afirma a empresária.

Fonte: G1 Economia

9 comentários:

como faço para entrar em contato com a comum de dois
itana

Oi gente, segue o link do site da Comum de Dois

http://www.cuelcinha.com.br

Discordo somente do: "Não é um produto para homens heterossexuais, para o namorado de nenhuma mulher. É para um nicho dentro do público gay, e vi que em alguns momentos isso não foi compreendido."; porque minha esposa adorava me ver com suas calcinhas e agora adoro me ver de cuelcinha. Parabéns pelos produtos e sucesso.

Concordo com o depoimento acima, adoro usar calcinhas, minha esposa já comprou varias para mim e diz que fico uma graça de calcinha. Mas nunca tive um relacionamento homossexual. Por isso discordo que esse produto não é para homens héteros. Só para informar existe um numero enorme de homens que usam calcinhas, baby doll , enfim lingerie completa para suas esposas. E pelas informações que procurei na net, esse numero pode chegar a 20% dos homens casados . Contudo parabenizo pela criação do produto !

Concordo com os dois comentários acima, e gostaria de dizer que a Beatriz não deveria declarar que "… Não é um produto para homens heterossexuais, para o namorado de nenhuma mulher. É para um nicho dentro do público gay…".

Muitas pessoas dizem que esse tipo de roupa é para gays (e ainda atribui outros adjetivos e associa à preferência sexual …) a própria Beatrtiz já está deixando isso implícito ! Ela quer dizer então que quem não é gay não deve usar ? ou quem é heterossexual ? … ou tem uma namorada ?

Acho que a Beatriz deveria se esforçar no sentido de divulgar o produto sem associar seu uso a outras preferências, até que talvez no futuro esse preconceito desapareça e então "todos" independente de suas "outras preferências" poderão usar com mais liberdade.

adoro usar calcinhas nao usaria a tal de cuelcinha as femininas sao mais gostosass saber que foi feita para esconder uma vagina e esta com um penis dentro me da mais tesao uso todo tipo de lingeri e roupas femininas

eu gosto mais dos modelos femininas as cuelcinhas nao uso calcinhas mesmo so femininas adoro todo tipo de lingieris amo usar um espartilho com meias e um fiosinho so durmo de camisolas ou com babydoll

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