Capítulo 28: O Amanhecer de Duas Almas

O sol entrou timidamente pelas frestas da cortina, desenhando linhas douradas no quarto. O silêncio da manhã daquele sábado era interrompido apenas pelo som distante da cidade despertando. Anna abriu os olhos devagar e, por um instante, ficou observando a amiga adormecida ao seu lado.

Havia uma serenidade no rosto dela, uma suavidade que fazia o coração de Anna bater mais devagar. Por tanto tempo, aquele tipo de manhã parecia um sonho distante — algo que existia apenas na imaginação de quem acreditava em amores possíveis. Mas agora, ali, a realidade era mais bonita do que qualquer fantasia.

Anna virou-se de lado, apoiando a cabeça sobre o braço, e sorriu. Tocou de leve os fios de cabelo da amiga, como quem teme acordá-la. A cada gesto, a certeza se reforçava: estavam vivendo algo raro, verdadeiro.

Pouco depois, a amiga abriu os olhos, ainda sonolenta, e retribuiu o sorriso.
— Bom dia… — murmurou, com a voz suave e rouca de quem acabou de acordar.
— Bom dia… — respondeu Anna, acariciando-lhe o rosto. — Dormiu bem?
— Melhor do que há muito tempo — respondeu, segurando a mão dela. — Acho que nunca me senti tão… em paz.

Ficaram assim por alguns instantes, em silêncio, trocando olhares e sorrisos preguiçosos. Lá fora, o dia ganhava força, mas dentro do quarto o tempo parecia outro — calmo, sem pressa, envolto em uma delicada intimidade.

Depois de algum tempo, levantaram-se juntas para preparar o café. O cheiro do pão quente misturava-se ao aroma suave do café recém-passado, e entre risadas e pequenos toques, tudo parecia ter o sabor de um novo começo.

— Engraçado… — disse Anna, enquanto colocava as xícaras na mesa. — Antes eu achava que felicidade era uma coisa distante, quase inatingível.
A amiga se aproximou por trás e a abraçou com ternura.
— Às vezes, ela só está esperando a gente parar de esconder quem realmente é.

Anna fechou os olhos, sentindo o calor daquele abraço. Naquele instante, entendeu que o amor que viviam era também um ato de liberdade — a celebração silenciosa de duas mulheres que, apesar de tudo, escolheram ser autênticas.

Anna sentiu os lábios da amiga em sua nuca, um arrepio tomou conta de seu corpo. Nesse momento sentiu as mãos de sua amiga percorrendo seu corpo, não havia nada a fazer a não ser se entregar à mais um momento de amor que aconteceu ali mesmo... na cozinha.

O dia seguiu simples, leve e cheio de pequenas alegrias. Mas dentro delas, algo havia mudado para sempre: o medo que antes pesava parecia ter se dissolvido, dando lugar à certeza de que o amor, quando é verdadeiro, transforma até o amanhecer mais comum em um momento extraordinário.

Continua... Aguarde o capítulo 29.

Confira:

Capítulo 1 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa

Capítulo 2 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa, o próximo passo

Capítulo 3 - Crônica Crossdresser: O Espelho da Loja

Capítulo 4 - Crônica Crossdresser: A Primeira Saída

Capítulo 5 - Crônica Crossdresser: Um Novo Passo para a Liberdade

Capítulo 6 - Crônica Crossdresser: A Estrada para o Mar

Capítulo 7 - Crônica Crossdresser: O Final de Semana Perfeito na Praia

Capítulo 8 - Crônica Crossdresser: De Olho no Futuro

Capítulo 9 - Crônica Crossdresser: A Chave da Liberdade

Capítulo 10 - Crônica Crossdresser: A Sala das Realizações