Capítulo 21: A visita do Irmão
O escritório estava cada vez mais com a cara delas. Cortinas claras suavizavam a luz da janela, pequenos vasos de flores davam cor ao ambiente, e os detalhes femininos — uma vela aromática, porta-retratos delicados, almofadas sobre a poltrona — tornavam o espaço acolhedor. Ali, entre papéis e risadas, elas conseguiam misturar trabalho e afeto de uma forma natural.
Anna usava um lindo conjunto com uma saia social curta preta, uma blusinha sem manga branca e sandálias de salto alto brancas.
Naquela tarde, o clima era leve. As duas trabalhavam lado a lado, e de vez em quando trocavam olhares cúmplices, toques sutis e as vezes beijos carinhosos, seguidos de um sorriso que dizia muito mais do que palavras. Foi nesse instante que o som de três batidas firmes na porta quebrou a tranquilidade.
O coração de Anna disparou.
— Quem será? — murmurou, já sentindo um arrepio de preocupação.
Ela se aproximou devagar e olhou pelo vidro fosco da porta. Reconheceu de imediato a silhueta.
— É… é meu irmão.
A amiga pousou a caneta, erguendo o olhar.
— Calma. A gente está apenas trabalhando juntas. Não há nada de errado nisso.
Ainda assim, a respiração dela estava acelerada. Ajustou discretamente a saia que usava naquele dia, alisou os cabelos e abriu a porta com um sorriso nervoso.
— Oi! Que surpresa…
— Resolvi passar para te ver — disse o irmão, entrando e olhando ao redor. Seus olhos percorreram os detalhes femininos da decoração. — Você está linda!
Ela respondeu encabulada.
— Obrigada.
O irmão não sabia sobre seu crossdressing, porém, já desconfiava e agiu com naturalidade ao vê-la, e logo pousaram sobre a amiga sentada à mesa. — Ah… então você não trabalha mais sozinha?
Ela respirou fundo, buscando naturalidade.
— Não. Decidi dividir o espaço. Está sendo ótimo ter companhia.
A amiga levantou o olhar e cumprimentou-o com firmeza e simpatia, como se tudo fosse absolutamente normal. A segurança dela ajudava a dissipar parte do nervosismo.
A conversa foi rápida, apenas perguntas banais sobre família e trabalho. Mas, para as duas, cada segundo parecia mais longo do que deveria. Quando finalmente o irmão se despediu e saiu, fechando a porta atrás de si, o alívio foi imediato.
Elas se entreolharam e, quase ao mesmo tempo, caíram na risada nervosa.
— Acho que essa foi a primeira prova de fogo — disse a amiga, sorrindo entre o nervosismo e a diversão.
— Foi, sim… — respondeu ela, segurando a mão da amiga. — Mas passamos juntas. E isso é o que importa.
Ainda havia o receio de julgamentos, ainda havia medo. Mas, mais forte do que tudo, havia a certeza de que, dentro daquele escritório comum, decorado com carinho e feminilidade, nascia um relacionamento capaz de resistir a qualquer porta inesperadamente batida.
Continua... Aguarde o capítulo 22.
Confira:
Capítulo 1 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa
Capítulo 2 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa, o próximo passo
Capítulo 3 - Crônica Crossdresser: O Espelho da Loja
Capítulo 4 - Crônica Crossdresser: A Primeira Saída
Capítulo 5 - Crônica Crossdresser: Um Novo Passo para a Liberdade
Capítulo 6 - Crônica Crossdresser: A Estrada para o Mar
Capítulo 7 - Crônica Crossdresser: O Final de Semana Perfeito na Praia
Capítulo 8 - Crônica Crossdresser: De Olho no Futuro
Capítulo 9 - Crônica Crossdresser: A Chave da Liberdade
Capítulo 10 - Crônica Crossdresser: A Sala das Realizações
Capítulo 11 - Crônica Crossdresser: Moldando o Refúgio Feminino
Capítulo 12 - Crônica Crossdresser: Uma Visita Inesperada
Capítulo 13 - Crônica Crossdresser: O Começo de uma Amizade
Capítulo 14 - Crônica Crossdresser: A Confidente
Capítulo 15 - Crônica Crossdresser: Na Cafeteria com a Amiga
Capítulo 16 - Crônica Crossdresser: Além da Amizade
Capítulo 17 - Crônica Crossdresser: Os Toques Além do Carinho
Capítulo 18 - Crônica Crossdresser: O Primeiro Beijo
Capítulo 19 - Crônica Crossdresser: Entre o Medo e a Alegria
Capítulo 20 - Crônica Crossdresser: A Sala do Amor
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