Crônica: O Segredo Sob a Roupa

Capítulo 1: O Segredo Sob a Roupa

Era um sábado comum, daqueles em que o shopping vira destino certo para espairecer. Mas, para ela, aquele dia carregava um detalhe especial. Antes de sair de casa, enquanto vestia a calça jeans e a camisa neutra, tomou uma decisão silenciosa: no lugar da cueca, escolheu uma calcinha delicada de renda clara.

Era um gesto simples, quase imperceptível para o mundo. Mas, para ela, significava muito. Caminhar entre vitrines, corredores cheios de gente, atendentes sorridentes — tudo parecia igual. Mas não era. Debaixo da roupa masculina, escondida como um segredo bem guardado, havia uma peça que a conectava com sua feminilidade de um jeito profundo e intransferível.

Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a RoupaA cada passo, o tecido leve contra a pele lembrava sua escolha. Um arrepio discreto percorria o corpo, e ela se sentia bonita, sexy, ainda que ninguém mais pudesse ver. O simples fato de estar ali, em público, com aquele segredo tão íntimo, lhe dava uma sensação de liberdade misturada a uma adrenalina silenciosa.

Mas junto com o prazer, vinha o receio. “E se alguém perceber? E se, de algum jeito, descobrirem?” O medo de ser revelada atravessava seus pensamentos como sombras rápidas. E, paradoxalmente, esse mesmo medo intensificava a sensação de excitação, tornando tudo ainda mais intenso.

Por sorte, meu biotipo é naturalmente feminino, sou baixinha, corpo delicado e naturalmente liso, sem pelos nenhum e os poucos que surgem consigo remover facilmente na depilação. Meu rosto é delicado, sem pelos faciais. Minhas mãos são pequenas e delicadas, praticamente mãos de mulher. Meus pés são pequenos, calço apenas 37, o que torna fácil encontrar calçados femininos que encaixem perfeitamente em mim. Tudo isso faz com que ao me montar as pessoas não desconfiem, apesar de ainda não ter começado tratamento hormonal para tornar o meu corpo ainda mais feminino.

Sentada na praça de alimentação, tomando um café, observava as pessoas passando apressadas, cada uma envolvida em sua própria rotina. E foi nesse momento que percebeu: ninguém estava olhando para ela. Ninguém desconfiava de nada. Aquele segredo era só dela, e era justamente isso que o tornava tão poderoso.

O passeio terminou como tantos outros, mas para ela não foi igual. Voltou para casa com a sensação de que, debaixo das roupas comuns, havia vivido algo extraordinário. Descobriu que ser feminina não estava apenas nas roupas visíveis ou na maquiagem perfeita — mas também nesses pequenos gestos, nesses segredos que a aproximavam de quem ela realmente é.

E, no silêncio da noite, ao tirar a calça jeans e se olhar no espelho apenas de calcinha, sorriu. Porque sabia que, mesmo escondida, tinha se permitido ser um pouco mais ela mesma.

Continua... Aguarde o capítulo 2.

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