Capítulo 7: O Final de Semana Perfeito na Praia
Na pousada simples perto da praia, ela se olhou no espelho do quarto e respirou fundo. Era sábado de manhã, e pela primeira vez em sua vida, não precisaria se desmontar ao acordar. Estava livre para viver o dia inteiro como mulher.
Vestiu um biquíni preto com a calcinha de amarrar na lateral para dar a sensação de quadril mais largo e um tomara que caia que é ideal para quem praticamente não tem seios. Colocou por cima um vestido leve de alças finas, chapéu de palha, óculos escuros e sandálias baixas. Passou apenas um protetor solar com cor no rosto, um pouco de gloss e pronto: sentiu-se preparada para encarar o sol e a areia.
Ao sair para a rua, o coração ainda disparava, mas logo percebeu que o litoral era um lugar onde ninguém se importava. Turistas andavam de chinelo, casais riam, famílias carregavam guarda-sóis. Ela era só mais uma entre tantas, caminhando com naturalidade.
Na praia, sentou-se em uma cadeira, pediu uma água de coco. O garçom a atendeu como atenderia qualquer outra mulher. Esse gesto simples a emocionou profundamente. Cada detalhe era uma vitória: ajeitar o vestido ao sentar, sentir a brisa bater nas pernas, ouvir o som das ondas e pensar que, finalmente, estava vivendo sem precisar se esconder.
Durante o fim de semana, aproveitou cada instante. Passeou pelo calçadão à tarde, entrou em lojinhas de lembranças, experimentou um par de sandálias femininas que acabou comprando, tomou sorvete de casquinha observando o movimento. À noite, foi até um restaurante à beira-mar. Sentou sozinha, pediu um prato de peixe e uma taça de vinho branco. Sentia medo, claro, mas havia uma força maior: a confiança crescente de estar conquistando seu espaço.
O que mais a marcou não foi a ausência de julgamentos, mas a descoberta de que o mundo, ocupado em seus próprios afazeres, não a vigiava tanto quanto temia. O verdadeiro desafio estava dentro dela: aprender a se permitir.
No domingo, ao preparar as malas para voltar, sentiu um aperto no peito. Não queria que terminasse. Mas sabia que não voltaria a mesma. A viagem ao litoral não tinha sido apenas um passeio, mas um marco: pela primeira vez, viveu dias inteiros como mulher, respirando a liberdade que sempre sonhou.
Na rodoviária, antes de embarcar de volta, olhou o reflexo na vitrine de uma loja: vestido simples, bolsa no ombro, sorriso leve. Sorriu de volta. E pensou: “Agora eu sei que posso. E sei que vou querer mais.”
Continua... Aguarde o capítulo 8.
Confira:
Capítulo 1 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa
Capítulo 2 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa, o próximo passo
Capítulo 3 - Crônica Crossdresser: O Espelho da Loja
Capítulo 4 - Crônica Crossdresser: A Primeira Saída
Capítulo 5 - Crônica Crossdresser: Um Novo Passo para a Liberdade
Capítulo 6 - Crônica Crossdresser: A Estrada para o Mar
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