Capítulo 18: O Primeiro Beijo
As últimas semanas haviam sido um turbilhão de descobertas. A sala já não era apenas um espaço de trabalho, mas o cenário onde sentimentos cresciam em silêncio, se entrelaçando como raízes escondidas sob a terra.
Ela e a amiga estavam cada vez mais próximas. Os toques demorados, os olhares cúmplices, as conversas profundas… tudo parecia apontar para algo que nenhuma das duas ousava nomear em voz alta, mas que ambas já sentiam na pele.
Numa tarde de sexta-feira, o sol poente tingia a sala com tons dourados. A amiga chegara mais cedo, trazendo flores frescas que colocara em um vaso sobre a mesa. Conversaram, riram, até que o silêncio se fez. Um silêncio diferente, cheio de expectativa.
Ela estava sentada no sofá, de vestido claro, os dedos brincando nervosos com a barra do tecido. A amiga aproximou-se e sentou ao seu lado. Havia ternura nos olhos dela, mas também uma coragem nova.
— Posso te dizer uma coisa? — perguntou, a voz baixa, quase um sussurro.
— Claro… — respondeu, o coração acelerado.
— Eu acho que já não consigo te ver apenas como uma amiga. — disse, com um sorriso tímido, mas verdadeiro.
As palavras ficaram suspensas no ar. Ela sentiu o corpo inteiro estremecer. A respiração ficou curta, o peito apertado. Olhou nos olhos da amiga e percebeu que a mesma confissão já estava escrita ali, antes mesmo de ser dita.
Sem pensar, apenas seguindo o impulso do momento, inclinou-se devagar. A amiga fez o mesmo. Os rostos se aproximaram até que, finalmente, os lábios se tocaram.
Foi um beijo suave, terno, quase tímido no início. Mas carregava a intensidade de tudo o que haviam vivido até ali: a cumplicidade, o carinho, a coragem de se permitirem. Um beijo que não pedia pressa, apenas entrega.
Quando se afastaram, os olhos ainda estavam colados um no outro. As duas riram baixinho, nervosas e felizes.
— Eu esperei tanto por isso… — confessou ela, com a voz embargada.
— Eu também. — respondeu a amiga, segurando sua mão com firmeza.
Naquele instante, a sala não era mais apenas um refúgio. Tornara-se também o lugar onde nasceu o primeiro gesto de amor.
E ambas sabiam: dali em diante, nenhum segredo seria solitário outra vez.
Continua... Aguarde o capítulo 19.
Confira:
Capítulo 1 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa
Capítulo 2 - Crônica Crossdresser: O Segredo Sob a Roupa, o próximo passo
Capítulo 3 - Crônica Crossdresser: O Espelho da Loja
Capítulo 4 - Crônica Crossdresser: A Primeira Saída
Capítulo 5 - Crônica Crossdresser: Um Novo Passo para a Liberdade
Capítulo 6 - Crônica Crossdresser: A Estrada para o Mar
Capítulo 7 - Crônica Crossdresser: O Final de Semana Perfeito na Praia
Capítulo 8 - Crônica Crossdresser: De Olho no Futuro
Capítulo 9 - Crônica Crossdresser: A Chave da Liberdade
Capítulo 10 - Crônica Crossdresser: A Sala das Realizações
Capítulo 11 - Crônica Crossdresser: Moldando o Refúgio Feminino
Capítulo 12 - Crônica Crossdresser: Uma Visita Inesperada
Capítulo 13 - Crônica Crossdresser: O Começo de uma Amizade
Capítulo 14 - Crônica Crossdresser: A Confidente
Capítulo 15 - Crônica Crossdresser: Na Cafeteria com a Amiga
Capítulo 16 - Crônica Crossdresser: Além da Amizade
Capítulo 17 - Crônica Crossdresser: Os Toques Além do Carinho
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