Capítulo 96: Um Domingo de Quem Se Permite Ser Feliz

Capítulo 96: Um Domingo de Quem Se Permite Ser Feliz

O domingo amanheceu preguiçoso, com um céu claro e uma brisa leve que parecia anunciar um dia perfeito. Camila acordou sorrindo, lembrando do convite de Roberta para passearem todos juntos: ela, Rafael, Anna e Roberta. Um encontro de casal duplo — mas, acima de tudo, um dia entre pessoas que se amavam e se apoiavam profundamente. 

Capítulo 96: Um Domingo de Quem Se Permite Ser Feliz

Depois de se arrumar com calma, Camila escolheu um vestido amarelo leve, delicado, que balançava a cada passo que dava — o tipo de roupa que a fazia se sentir completamente ela mesma. Anna, como sempre, apareceu com um look elegante e marcante, irradiando feminilidade de um jeito quase natural. E Roberta, com seu estilo mais discreto e charmoso, completava o equilíbrio perfeito entre elas.

Rafael chegou para buscar Camila com um sorriso que derretia qualquer dúvida no coração dela.
— Pronta, minha linda? — perguntou, oferecendo o braço.

— Sempre — respondeu ela com um brilho nos olhos.

O primeiro destino do grupo foi o museu da cidade, onde estava acontecendo uma exposição temporária sobre arte contemporânea. O ambiente era tranquilo, quase silencioso, apenas o som leve dos passos ecoando pelo salão.

Anna observava as obras com a ponta dos dedos no queixo, como uma crítica de arte improvisada.
— Isso aqui… é um abajur ou um protesto? — perguntou, arrancando risos do grupo.

— Acho que é os dois — comentou Roberta, dando um tapinha de leve na namorada.

Camila caminhava ao lado de Rafael, admirando as obras, mas também admirando a maneira como ele parecia atento a ela, como se estivesse descobrindo o mundo junto com ela. De vez em quando, ele segurava sua cintura suavemente, um carinho discreto, mas cheio de significado. E aquilo deixava Camila com o coração leve, presente, inteiro.

Saíram dali para uma exposição fotográfica ao ar livre, onde Anna e Camila tiraram várias fotos — sozinhas, juntas, com seus namorados. As duas crossdressers estavam radiantes, femininas, seguras de si. A presença dos parceiros, o respeito, o carinho… tudo fazia o dia parecer ainda mais especial.

— Quando foi que a gente ficou tão bonita assim? — brincou Anna ao ver uma das fotos.

— Desde que aprendemos a viver como a gente realmente é — respondeu Camila, sincera.

As duas se abraçaram, recebendo olhares orgulhosos de Rafael e Roberta. 

A tarde seguiu animada rumo ao shopping, onde o quarteto passeou por vitrines, experimentou perfumes, brincou com acessórios e riu de situações aleatórias, como quando Anna quase derrubou uma prateleira inteira tentando pegar um brinco.

Rafael segurava a mão de Camila com naturalidade, e Roberta fazia o mesmo com Anna. O cenário, que para muitos seria apenas um passeio comum, para elas era algo maior: a liberdade de existir, amar e ser amada, sem esconder nada.

Em uma loja de roupas, Anna e Camila experimentaram vestidos enquanto Roberta e Rafael comentavam como dois jurados de um reality show de moda completamente imparciais.

— Esse ficou perfeito — disse Rafael quando Camila saiu do provador, e ela quase acreditou que seu coração fosse sair do peito.

— Esse eu compro — decidiu Anna sobre o vestido dela, mesmo sem ter olhado o preço ainda. 

O dia terminou em um restaurante japonês aconchegante, com luzes suaves e música ambiente relaxante.

Enquanto dividiam sushi, sashimi e muita conversa gostosa, o clima entre eles era leve, íntimo.
As risadas surgiam fáceis, e quando um assunto mais sério aparecia, havia escuta verdadeira, conselhos, cumplicidade.

— Vocês estão muito felizes, né? — perguntou Roberta, olhando para Camila com carinho.

Camila sorriu, tímida.
— Acho que… pela primeira vez na vida, estou vivendo algo que eu sempre quis sentir.

Rafael passou o braço por trás da cadeira dela e a puxou levemente.
— E eu estou aqui pra viver tudo isso com você.

Os olhos de Camila brilharam, e Anna foi a primeira a notar.
— É tão bonito ver vocês dois assim — comentou, emocionada.

— E é tão bonito ver vocês também — devolveu Rafael, olhando para o casal ao lado.

Era um jantar leve, simples, mas cheio de significado. Ali, naquela mesa, quatro pessoas que haviam encontrado um ao outro de formas diferentes compartilhavam algo em comum: uma felicidade genuína, construída com cuidado, respeito e coragem.

Ao saírem do restaurante, o shopping já estava fechando. As luzes de Natal piscavam nos corredores, iluminando o rosto de todos com um brilho quente.

Camila sentia-se radiante, completa — como se aquele domingo tivesse reafirmado tudo o que ela estava se tornando e tudo o que estava construindo com Rafael… e também com Anna e Roberta, sua família escolhida.

Ao chegar em casa, ao se despedir do grupo, Camila ainda carregava o riso do dia inteiro dentro dela.

Era apenas um domingo.
Mas, para ela, tinha sido um domingo de quem estava, enfim… florescendo.

Continua... Aguarde o capítulo 97. 

Confira os capítulos anteriores em: Crônicas Anna Crossdresser

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