Capítulo 106: Ano Novo - Camila e Rafael
Era 31 de dezembro, véspera de Ano Novo. Camila e Rafael decidiram que aquele dia merecia um ritmo diferente, mais lento, mais cúmplice. Dormiriam até mais tarde para estarem descansados para a comemoração da festa de Réveillon.
Acordaram já perto da hora do almoço. Camila despertou primeiro, ainda envolta em seu baby doll branco, enquanto Rafael dormia ao seu lado, tranquilo, sem camiseta. Em silêncio, Camila levantou-se e foi até a varanda do chalé. Sentou-se à sombra, em uma das espreguiçadeiras, deixando o olhar se perder nas montanhas e no céu claro daquele último dia do ano.
Pouco depois, Rafael acordou e foi ao encontro dela. Deu-lhe um beijo em sua bochecha e sentou-se na espreguiçadeira ao lado, aproximando-se naturalmente, como quem já conhece cada gesto do outro. Ficaram ali, juntos, admirando a paisagem, sentindo o vento leve e o tempo passar sem pressa.
As lembranças do dia na piscina — da entrega, da intimidade compartilhada, do carinho sem reservas, do fato de estarem em público e do perigo de serem flagrados — ainda pairavam entre eles. A conexão dos pensamentos elevou a libido do casal, e, de forma silenciosa e profunda, ali mesmo, na varanda, se entregaram novamente ao amor.
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Depois, foram almoçar. A tarde foi dedicada à piscina da pousada. Por ser véspera de Ano Novo, o espaço estava mais cheio, com hóspedes animados e conversas por todos os lados. Ainda assim, Camila e Rafael aproveitaram para se refrescar na água, trocando sorrisos, toques discretos e aquela cumplicidade que já lhes era natural.
No fim da tarde, voltaram para o chalé. Era hora de se arrumar para a festa de Réveillon.
Camila vestiu o vestido rosa que havia ganhado dos pais, combinando com sandálias de salto alto prateadas e acessórios no mesmo tom. Fez um penteado elegante, adornado com uma fita rosa delicada, no mesmo tom do vestido. Ao se olhar no espelho, sentiu-se plena, segura, exatamente onde deveria estar.
Rafael escolheu uma camisa amarela claro, calça branca e sapatos brancos, compondo um visual leve e elegante.
O buffet aconteceria no salão de festas da pousada. Havia mesas de petiscos, pratos principais, sobremesas e um bar bem servido. Camila e Rafael se sentaram em uma pequena mesa reservada, com os nomes dos dois discretamente identificados. Aquilo arrancou um sorriso de Camila — um detalhe simples, mas cheio de significado.
A festa começou animada. Brindaram, comeram bem, riram, dançaram e conversaram sobre os planos para o ano que estava chegando. Falavam de sonhos, de viagens, do Studio, da vida que estavam construindo juntos.
Perto da meia-noite, todos seguiram para o lado de fora, para um grande jardim iluminado e decorado, onde os fogos seriam vistos. Camila e Rafael seguravam taças de champanhe enquanto acompanhavam a contagem regressiva junto aos outros hóspedes.
Quando o relógio marcou meia-noite, o céu da cidade do interior se iluminou com os fogos de artifício. As cores refletiam nos olhos de Camila, que se virou para Rafael. Eles se beijaram intensamente e, em seguida, brindaram a chegada do novo ano.
Naquele instante, Camila foi tomada por uma avalanche de lembranças: o ano que havia passado, a decisão de se tornar quem realmente era, o encontro com Anna e Roberta, o acolhimento no Studio Florescer Crossdresser, a saída da casa dos pais, o início do trabalho, o encontro com Rafael, o namoro, a aceitação da família. Tudo parecia se encaixar com uma perfeição silenciosa.
Lágrimas de felicidade escorreram por seu rosto. Rafael percebeu, aproximou-se e a abraçou com carinho, firme e acolhedor.
Depois, voltaram para a festa. A noite ainda estava apenas começando. Comeram mais, beberam mais, dançaram mais. Celebraram a renovação das esperanças, dos sonhos e do amor.
O novo ano havia chegado — e Camila sabia, com toda certeza, que estava pronta para vivê-lo.
Continua... Aguarde o capítulo 107.
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