Capítulo 105: Mar, Silêncio e Amor
Anna e Roberta também decidiram viajar. Depois de um ano intenso à frente do Studio Florescer Crossdresser, escolheram passar o Ano Novo em uma cidade litorânea pequena e charmosa, daquelas em que o tempo parece andar mais devagar. Pouco movimento, ruas tranquilas, comércio discreto — exatamente o que buscavam.
Estavam hospedadas em uma casa alugada, isolada, de frente para o mar, com uma piscina que refletia o azul do céu durante o dia e o dourado do pôr do sol no fim da tarde. Haviam chegado alguns dias antes e, desde então, os dias seguiam em um ritmo suave, quase ritualístico.
Acordavam sem despertador, tomavam café olhando o mar, passavam longos períodos entre a piscina e a praia quase vazia. Às vezes caminhavam pela areia de mãos dadas; outras, simplesmente se sentavam próximas à água, em silêncio confortável, sentindo a brisa e ouvindo o som constante das ondas.
O sossego da casa favorecia conversas profundas. Falavam sobre o Studio, sobre as histórias que ouviram ao longo do ano, sobre as pessoas que passaram por suas vidas e floresceram de alguma forma. Falavam também sobre si mesmas, sobre o amor que construíram com cuidado e verdade.
Anna se sentia plena. Longe das obrigações, sem horários, sem olhares apressados, ela se percebia uma mulher completa, inteira em sua própria pele. Cada gesto, cada sorriso, cada momento ao lado de Roberta reforçava essa certeza silenciosa.
Roberta, por sua vez, observava Anna com ternura. Sentia-se profundamente feliz por caminhar ao lado dela, por acolher quem Anna sempre foi, por amá-la sem reservas. Para Roberta, não havia dúvida alguma: Anna era exatamente a mulher que sempre existiu — agora apenas vivendo isso com liberdade.
As noites eram calmas, iluminadas pela lua refletida no mar. Jantavam em casa ou em pequenos restaurantes da cidade, voltando cedo, sem pressa. Entre confidências, risos baixos e muito carinho, deixavam que o amor ocupasse todos os espaços.
Assim, entre dias quentes, tardes silenciosas e noites tranquilas, as férias seguiam seu curso. Anna e Roberta descansavam o corpo, aquietavam a mente e fortaleciam ainda mais o que tinham construído juntas.
O ano se aproximava do fim, e elas sabiam, com uma certeza serena, que o próximo chegaria ainda mais bonito — porque chegaria com as duas, juntas, do jeito que sempre deveria ser.
Continua... Aguarde o capítulo 106.
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