Capítulo 75: Confissões e Conselhos

Capítulo 75: Confissões e Conselhos

A segunda-feira amanheceu clara, e o aroma do café recém-passado tomou conta do Studio Florescer Crossdresser.
Camila chegou mais cedo que o habitual, o sorriso sereno e o olhar distante denunciando que o fim de semana havia deixado marcas doces. Camila com um vestido curto amarelo, tênis branco e seu habitual rabo de cavalo.

Capítulo 75: Confissões e Conselhos

 Anna, que a conhecia como poucas pessoas, percebeu de imediato.
— Bom dia, Camila… — disse, com um tom provocante. — Pelo visto o domingo foi animado, hein?

Camila soltou uma risada, tentando disfarçar.
— Ah, Anna… foi um dia tão bonito.

A amiga, que preparava as mesas, se aproximou curiosa.
— Anda, conta tudo. A gente quer detalhes!

Camila respirou fundo e, ainda sorrindo, começou a narrar.
Falou do cinema, do jantar, das conversas, e do modo como Rafael a ouviu — com atenção, respeito e admiração.
Enquanto falava, seus olhos brilhavam de um jeito que bastava para contar o que as palavras não alcançavam.

— E aí, Camila…? — perguntou Anna, com um sorriso malicioso.
Camila hesitou um instante, rindo. — E aí… a gente se beijou.

A amiga soltou um grito abafado e Anna levou a mão ao peito fingindo espanto.
— Não acredito! Que lindo, Camila! — disse, emocionada. — Eu sabia que esse garoto tinha algo diferente.

Camila riu, mas havia um toque de emoção em sua voz.
— Foi um beijo tão… sincero, sabe? Não teve pressa. Parecia que o mundo parou um pouquinho.

Anna assentiu, com o olhar terno.
— Isso é o que acontece quando o sentimento é de verdade.

Por um momento, as três ficaram em silêncio, cada uma envolta em seus próprios pensamentos.
Camila olhou para o café vazio nas mãos e confessou:
— Eu tô com medo, sabia? Medo de me deixar levar e depois me magoar.

A amiga pousou a mão sobre a dela.
— O medo é normal, Camila. Mas você não pode deixar que ele te impeça de viver.

Anna completou com a calma de quem fala com o coração:
— Só lembra de uma coisa: vá com o coração aberto, mas com os pés firmes. Você merece amor, sim, mas merece, acima de tudo, respeito.

Camila assentiu, sentindo-se acolhida.
— Eu sei… e acho que, pela primeira vez, eu realmente acredito nisso.

O resto do dia seguiu leve, com risadas, conversas e olhares cúmplices entre as amigas.
Enquanto atendia os clientes e organizava as mesas, Camila ainda se pegava sorrindo sozinha — revivendo o toque, o olhar e o beijo de Rafael.

Ao final da tarde, antes de fechar o Studio, Anna se aproximou e disse:
— Camila, sabe o que eu acho?
— O quê?
— Que o amor pode florescer até nos lugares mais improváveis. E o seu está começando a desabrochar.

Camila sorriu, com os olhos marejados.
— Acho que sim, Anna. Acho que finalmente está florescendo.

Naquela noite, deitada em sua cama, Camila fechou os olhos e lembrou-se do beijo.
Lembrou do toque da pele dele na sua e um calor começou a subir pelo seu corpo. — Ainda parecia sentir o toque e o sabor do beijo.

Camila untou seu dedo com óleo corporal e introduziu com leveza, sentindo cada centímetro entrar e sair bem devagar, saboreando a sensação gostosa que estava sentindo. — Fez como vinha fazendo em muitas noites depois que conheceu Rafael pela primeira vez.

Agora com o corpo relaxado não havia dúvidas, nem medo.
Apenas o doce pressentimento de que algo verdadeiro estava começando.

Continua... Aguarde o capítulo 76. 

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