Capítulo 65: O Efeito do Histórias do Florescer
A semana seguinte ao evento começou diferente.
O Studio Florescer Crossdresser parecia respirar uma energia nova, leve, como se o ar tivesse sido perfumado com esperança.
No amanhecer de segunda-feira, o movimento já era maior do que o habitual.
Logo nas primeiras horas, duas visitantes chegaram juntas, olhando timidamente o letreiro iluminado sobre a fachada.
Entraram hesitantes, e Camila, com seu sorriso calmo e acolhedor, foi a primeira a cumprimentá-las:
— Sejam bem-vindas ao Florescer!
As duas trocaram olhares discretos, e uma delas respondeu:
— Nós vimos sobre o evento no fim de semana... ouvimos falar das histórias. Queríamos conhecer o lugar.
Anna e sua amiga, que arrumavam a vitrine com bolos e flores frescas, se entreolharam com um sorriso silencioso.
A semente que haviam plantado começava a germinar.
Nos dias seguintes, o mesmo se repetiu.
Novas visitantes apareciam, algumas sozinhas, outras em pequenos grupos.
Muitas vinham de cidades vizinhas, movidas por uma mistura de curiosidade e esperança.
Algumas falavam pouco, preferindo apenas observar.
Outras, como Camila um dia fora, entravam com medo e saíam com o coração leve.
O Studio havia se transformado em mais do que uma cafeteria acolhedora.
Agora, era um ponto de encontro, um abrigo para quem buscava um pedaço de si mesma.
Durante a tarde, enquanto o sol atravessava as janelas e espalhava luz dourada pelo ambiente, Anna comentou com sua amiga:
— É bonito ver isso, não é? Tudo o que plantamos está florescendo de verdade.
A amiga respondeu com um sorriso sereno:
— Acho que é porque aqui as pessoas não vêm apenas tomar café. Elas vêm se encontrar.
Camila, que ouvia de longe, sorriu em silêncio.
Ela sabia o quanto aquelas palavras significavam.
Em poucos meses, havia passado de visitante a parte essencial daquele lugar — e agora era ela quem acolhia, quem inspirava, quem ajudava outras a encontrarem a própria coragem.
Naquele sábado, uma das novas frequentadoras, de cabelos curtos e olhos tímidos, esperou até o fim do expediente para se aproximar.
— Você é a Camila, não é? — perguntou a jovem crossdresser.
Camila assentiu, surpresa.
— Eu vi seu vídeo… você contando sua história no evento. — A jovem sorriu, com os olhos marejados. — Foi por causa dele que eu vim até aqui.
Por um instante, Camila ficou sem palavras.
Depois, tocou de leve a mão da garota e respondeu:
— Fico muito feliz que tenha vindo. Às vezes, tudo o que a gente precisa é de um lugar onde possa respirar sem medo.
A jovem sorriu, e Camila percebeu nos olhos dela o mesmo brilho que um dia havia descoberto em si mesma.
Mais tarde, quando fecharam o Studio, Anna observou o salão em silêncio.
O palco nos fundos, o vestiário discreto, as mesas floridas… tudo ali parecia contar uma história de amor, coragem e recomeço.
Ela olhou para Camila e sua amiga e disse:
— Acho que o Florescer não é mais só nosso. Ele pertence a todas que encontrarem força aqui dentro.
Camila assentiu com um olhar emocionado.
Lá fora, o letreiro iluminava a rua com suavidade, e o reflexo da palavra Florescer dançava nas vidraças.
O Studio estava cheio de vida — e cada nova história que nascia ali era mais uma flor desabrochando em um jardim que não parava de crescer. 🌸
Continua... Aguarde o capítulo 66.
Confira os capítulos anteriores em: Crônicas Anna Crossdresser
Capítulos novos todos os dias.

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