Capítulo 57: A Primeira Compra
O sol da manhã entrava suavemente pelas janelas do Studio Florescer Crossdresser quando Anna terminava de arrumar as mesas e preparar as flores.
O ar cheirava a café fresco e tranquilidade.
De repente, o sininho da porta tocou.
Anna levantou o olhar e sorriu.
— Camila! Que surpresa boa.
A jovem entrou devagar, ainda um pouco tímida, mas com um brilho diferente no olhar.
Usava as mesmas roupas da última visita — calça jeans, blusa simples e largas —, mas havia algo novo nela.
Talvez a leveza de quem, pela primeira vez, tinha sentido que estava no lugar certo.
— Eu… precisava voltar — disse Camila, sorrindo sem jeito. — Aquela tarde me fez muito bem.
Anna se aproximou, sorrindo de volta.
— Fico feliz em ver você. Está mais confiante.
Camila riu, baixando o olhar.
— Um pouco. Ainda fico nervosa, mas… eu queria pedir sua ajuda, se não for incômodo.
Anna puxou uma cadeira e sentou-se à frente dela.
— Pode pedir o que quiser, Camila. O que você precisa?
Camila respirou fundo, mexendo nas mãos.
— Eu quero começar a comprar minhas roupas femininas. Roupas de verdade, sabe? Mas não sei por onde começar… nem o que escolher. Tenho medo de errar, ou de não saber combinar.
Anna ouviu atentamente, com expressão terna.
— É um passo importante, Camila. E claro que eu vou te ajudar.
Ela pegou um bloquinho e uma caneta.
— Vamos começar pelas suas medidas, assim fica mais fácil escolher peças que vistam bem e deixem você confortável.
Camila hesitou, mas logo sorriu, confiando.
Começou a dizer suas medidas, e Anna ia anotando com cuidado.
Camila tem 1,65m de altura, corpo delicado e traços femininos, seus pés são de tamanho 37.
Enquanto ouvia, percebeu algo curioso: as proporções de Camila eram naturalmente equilibradas, com traços suaves e postura delicada.
Sem precisar comentar de forma direta, Anna apenas sorriu e pensou consigo mesma como havia uma harmonia genuína na forma como Camila se apresentava — algo que ia além do corpo, um reflexo da sensibilidade que ela carregava.
Quando terminaram, Anna disse:
— Acho que entendi bem o seu estilo. Você parece preferir algo mais discreto, mas ainda assim delicado, certo?
Camila assentiu.
— Gosto de roupas leves, confortáveis. Nada muito chamativo.
— Perfeito — respondeu Anna. — Tenho um lugar ideal pra gente ir. Uma loja pequena, tranquila, onde você vai poder escolher com calma.
Pouco tempo depois, as duas saíram juntas pelas ruas ensolaradas.
Camila andava ao lado de Anna, observando o movimento, tentando disfarçar o nervosismo.
Anna, por outro lado, caminhava tranquila, passando segurança.
Chegaram a uma loja discreta, com vitrine simples e atendentes sorridentes.
Era o tipo de lugar que exalava acolhimento.
Anna cumprimentou a vendedora — uma senhora simpática que já conhecia de outras visitas — e explicou em voz baixa:
— Hoje estamos ajudando uma amiga a descobrir o estilo dela.
A vendedora sorriu para Camila com gentileza.
— Que alegria. Vamos achar algo que combine com você.
Anna guiava a amiga entre as araras de roupas, mostrando peças com carinho: vestidos leves, blusas floridas, saias de tecidos suaves, calças justas, mas confortáveis.
Camila olhava tudo com olhos curiosos, tocando os tecidos com cuidado, como quem descobre um novo idioma.
— Essa aqui parece com você — disse Anna, segurando uma blusinha amarela clara. — Tem um toque de delicadeza, mas também é alegre.
Camila sorriu ao experimentar diante do espelho.
— Eu… gostei dessa. É simples, mas me sinto bem.
Depois vieram os calçados — sapatilhas, tênis femininos, sandálias discretas.
Anna a ajudava a combinar cores e estilos, explicando de maneira prática, com a paciência de quem entendia o significado daquele momento.
No fim da manhã, Camila saiu da loja com duas sacolas nas mãos e um sorriso que não conseguia esconder. — Havia comprado duas blusinhas, uma amarela e outra branca, uma saia jeans, um vestido florido delicado, algumas lingeries, um tênis feminino lindo e uma sandália de salto alto.
Parou na calçada, olhou para Anna e disse, emocionada:
— Eu nunca imaginei que fosse conseguir fazer isso um dia.
Anna sorriu, com o mesmo brilho sereno de sempre.
— E olha só… conseguiu.
— Acho que agora começo a entender o que é florescer — respondeu Camila, rindo entre lágrimas.
Anna colocou a mão no ombro dela e disse:
— É isso mesmo. Um passo de cada vez. Cada escolha, cada roupa, cada sorriso… tudo faz parte.
Caminharam de volta ao Studio conversando sobre combinações e futuras ideias de looks.
O clima era leve, e o laço entre as duas começava a se fortalecer — não apenas como mentora e aprendiz, mas como amigas que compartilhavam a mesma coragem de ser quem eram.
Quando chegaram ao Studio, Camila olhou para o letreiro iluminado e disse, com voz doce:
— Acho que encontrei meu lugar no mundo.
Anna respondeu sorrindo:
— E o mundo ficou mais bonito porque você chegou.
🌸 Studio Florescer Crossdresser – Onde cada escolha é um passo rumo à liberdade. 🌸
Continua... Aguarde o capítulo 58.
Confira os capítulos anteriores em: Crônicas Anna Crossdresser
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