Capítulo 76: Um Passeio ao Anoitecer

Capítulo 76: Um Passeio ao Anoitecer

A quarta-feira chegou tranquila, mas o coração de Camila batia em outro ritmo desde cedo.
Desde o domingo, ela e Rafael trocavam mensagens pelo WhatsApp todos os dias — conversas longas, cheias de risadas, confidências e pequenos gestos de carinho.
Mas nada se comparava a vê-lo pessoalmente, e naquela noite, ele prometera buscá-la no Studio Florescer Crossdresser para um passeio. 

Capítulo 76: Um Passeio ao Anoitecer

O expediente seguiu entre atendimentos e conversas, mas, no fundo, Camila estava distraída.
Anna, sorrindo, notou de longe.
— Vai ver o príncipe hoje, né? — provocou, divertida.

Camila riu, meio sem graça.
— Talvez… ele disse que quer me buscar depois do trabalho. Só pra conversar e dar uma volta.

Anna piscou para ela.
— Então vai linda, como sempre. E aproveita o momento, viu? Às vezes, o amor cresce é nos instantes mais simples.

Quando o relógio marcou o fim do expediente, Camila foi até o banheiro retocar a maquiagem.
Soltou o cabelo, passou um batom suave e borrifou um perfume leve, floral.
Estava vestindo uma saia jeans curtinha, blusinha amarela delicada e sapatilhas amarelas.
Saiu do Studio com o coração acelerado e um sorriso que não conseguia esconder.

Rafael estava encostado no carro, esperando.
Assim que a viu, abriu um sorriso amplo.
— Você sempre me deixa sem palavras, Camila.

Ela abaixou o olhar, tímida.
— E você sempre diz as palavras certas.

Saíram de carro pelas ruas tranquilas da cidade.
Rafael sugeriu irem até a praça central — um lugar cheio de árvores e bancos iluminados por luzes amareladas.
Caminharam lado a lado, sem pressa, enquanto o vento leve da noite bagunçava suavemente os cabelos de Camila.

Conversaram sobre tudo e nada: filmes, sonhos, lembranças da infância, planos para o futuro.
A cada riso, a cada olhar, o vínculo entre eles parecia se fortalecer, como se algo invisível os aproximasse mais.

Em um momento, pararam diante de uma fonte iluminada.
Rafael olhou para Camila e disse:
— Sabe, eu fico pensando… como é fácil estar perto de você. Parece que o tempo desacelera.

Camila sorriu, emocionada.
— Eu também sinto isso. Às vezes parece que eu esperei muito tempo por momentos assim.

Ele se aproximou um pouco mais.
— E agora que eles estão acontecendo, você não precisa mais esperar sozinha.

O silêncio que seguiu foi carregado de ternura.
Camila sentiu o peito aquecer, e antes mesmo de perceber, seus dedos se entrelaçaram aos dele.
Ficaram ali, de mãos dadas, olhando a água da fonte dançar sob a luz.

Rafael virou o rosto para ela, com um olhar doce.
— Camila…
— Hm? — ela respondeu baixinho.
— Eu gosto de você. E não é só um pouco. É aquele tipo de gosto que dá vontade de estar por perto o tempo todo.

O coração dela disparou.
Camila respirou fundo e respondeu, com um sorriso tímido:
— Eu também gosto de você, Rafael. Mais do que eu imaginava que fosse possível.

Ele sorriu, aliviado e feliz.
E então, sem pressa, se inclinaram um para o outro e trocaram um beijo calmo, delicado — cheio de carinho, como se confirmassem o que ambos já sabiam.

Depois ficaram apenas abraçados, ouvindo o som da cidade ao redor, deixando o silêncio dizer o resto.
Era um afeto que crescia devagar, bonito e verdadeiro.

Ao levá-la de volta para casa, Rafael segurou sua mão por todo o caminho.
Antes de se despedirem, ele disse:
— Boa noite, minha inspiração.

Camila riu baixinho, ainda encantada.
— Boa noite, Rafael. E obrigada por me fazer sentir tão viva.

Ao se despedirem deram um selinho suave mas que durou mais que o habitual. O selinho se transformou rapidamente em um beijo — muito mais longo e intenso que os anteriores. Ao mesmo tempo que o beijo acontecia o abraço se apertou fazendo com que os corpos dos dois ficassem colados um no outro. — O que deixou os dois muito "aquecidos". 

Quando Camila entrou em seu apartamento, encostou-se na porta por um instante — sentindo suas pernas tremerem.
Fechou os olhos e sorriu.
Sabia que algo estava florescendo ali — não apenas um romance, mas a certeza de que finalmente era amada sendo quem realmente era.

Ao se deitar repetiu o seu ritual que havia se tornado comum nas últimas semanas. — Dedo médio lambuzado em óleo corporal e o vai e vem suave dentro dela enquanto seus devaneios pairavam na imagem de Rafael em cima dela. — Seu maior desejo naquele momento era que Rafael estivesse dentro dela. 

Continua... Aguarde o capítulo 77. 

Confira os capítulos anteriores em: Crônicas Anna Crossdresser

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