Capítulo 72: Encontro Romântico no Parque
O domingo amanheceu sereno, com o céu em tons suaves de azul e o ar fresco trazendo o perfume das árvores.
Camila acordou cedo, sentindo o coração bater um pouco mais rápido que o normal.
Sabia que aquele dia seria diferente — o primeiro encontro com o garoto do parque.
Escolheu com cuidado um vestido florido e delicado, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo simples e passou uma maquiagem leve.
Antes de sair, olhou-se no espelho e sorriu discretamente.
— Vai dar tudo certo — disse baixinho, tentando conter o nervosismo.
Chegou ao parque um pouco antes da hora combinada.
O sol filtrava-se entre as folhas, o canto dos pássaros enchia o ar e, por um instante, ela sentiu uma paz tranquila tomar conta de si.
Logo avistou o garoto vindo em sua direção — não estava correndo dessa vez.
Vestia roupas casuais, escolhidas com cuidado, e caminhava com um sorriso sereno.
Havia nele uma presença calma, uma segurança que contrastava com a timidez de Camila.
— Que bom te ver — disse ele, parando diante dela.
— Eu também fiquei feliz que você veio — respondeu Camila, sorrindo.
Os dois começaram a caminhar lado a lado pelas trilhas do parque, o som dos passos se misturando ao vento suave entre as árvores.
Conversavam sobre coisas simples — trabalho, música, filmes, o cotidiano — e, pouco a pouco, o nervosismo foi se transformando em cumplicidade.
Depois de um tempo, sentaram-se num banco à sombra de uma grande árvore.
Ele olhou para Camila com um ar curioso, mas respeitoso.
— Posso te fazer uma pergunta? — disse, com a voz baixa. — Eu queria entender um pouco mais sobre… o que significa ser crossdresser.
Camila respirou fundo, surpresa com o tom genuíno de interesse.
— Claro… — respondeu, sorrindo. — Ser crossdresser é basicamente sobre se permitir expressar o feminino que existe dentro de você. Não se trata de deixar de ser quem se é, mas de se permitir ser mais. Se permitir ser quem realmente é. — disse Camila com brilho nos olhos — Vestir roupas femininas é expressar quem realmente somos. Há quem se monta apenas por expressão artística ou apenas por diversão, há também quem se monta por excitação sexual.
Ele a escutava atentamente, sem interrupções, o olhar fixo no rosto dela.
Camila continuou, com serenidade:
— No meu caso, vestir-me assim é uma forma de ser quem sempre senti que sou por dentro. É liberdade, é conforto… e é também coragem. — disse Camila com os olhos marejados. — Eu realmente me sinto uma mulher, então me vestir com roupas femininas é mostrar quem realmente sou.
Por um instante, o silêncio pairou entre os dois.
Ele sorriu com ternura.
— Eu admiro muito isso. A coragem de ser quem você é, mesmo quando o mundo tenta fazer o contrário.
Camila sentiu os olhos umedecerem, mas segurou o sorriso.
— Obrigada… nem sempre foi fácil.
Enquanto ela falava, ele a observava com admiração silenciosa.
Havia algo na delicadeza dos gestos dela, no brilho dos olhos, na forma leve de se expressar.
Seu rosto lindo, sua pele delicada e macia, seus cabelos balançando com a brisa, seu corpo feminino e delicado. Tudo em Camila expressava feminilidade.
Seu perfume era inebriante.
Cada palavra parecia confirmar o quanto Camila era especial.
O resto do dia passou com uma doçura simples.
Caminharam pelas trilhas cobertas de folhas secas, almoçaram juntos, dividiram um sorvete sob o sol do meio-dia e riram de pequenas coisas — histórias, lembranças, coincidências.
Parecia que se conheciam há muito tempo.
À medida que o sol se punha, o céu foi se tingindo de tons dourados e rosados.
Os dois voltaram ao mesmo banco onde haviam começado o dia.
O vento soprava leve, balançando os cabelos de Camila, e o momento parecia suspenso no tempo.
— Eu gostei muito desse dia — disse ele, com sinceridade.
— Eu também — respondeu Camila, o coração acelerado.
Ficaram em silêncio por alguns segundos, apenas se olhando.
Então, ele se aproximou e a abraçou com delicadeza.
Camila sentiu o calor do abraço e, quando seus olhares se encontraram novamente, o beijo aconteceu de forma natural — suave, doce, cheio de significado.
Foi apenas um instante, mas suficiente para marcar algo novo dentro dela.
Quando se afastaram, Camila ainda sorria, o rosto levemente corado.
— Eu nem sei o seu nome… — disse, rindo, com a voz trêmula.
— Rafael — respondeu ele, sorrindo. — E o seu, eu já conheço muito bem.
Eles riram juntos, e ele a acompanhou até a saída do parque.
Antes de se despedirem, trocaram telefone e WhatsApp e prometeu que voltariam a se ver em breve.
Camila caminhou de volta para casa com o coração leve, sentindo o vento suave tocar sua pele.
As lembranças do dia pareciam dançar em sua mente — o olhar de Rafael, o riso, o beijo.
Ao chegar em sua kitnet, tirou os sapatos e sentou-se no sofá de sua pequena sala, ainda sorrindo.
— Acho que estou mesmo florescendo — sussurrou, com os olhos fechados e o coração em paz. 🌷
Continua... Aguarde o capítulo 73.
Confira os capítulos anteriores em: Crônicas Anna Crossdresser
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