Capítulo 48: O Primeiro Final de Semana no Studio Florescer

Capítulo 48: O Primeiro Final de Semana no Studio Florescer

Depois da inauguração emocionante, a rotina das duas começou a se ajustar ao novo ritmo. Durante a semana, Anna e a amiga continuavam com suas atividades profissionais no escritório, mantendo o foco no trabalho que sustentava seus sonhos. 

Mas nos finais de semana, o coração delas pulsava em outro compasso. Era quando o letreiro da cafeteria ganhava vida, e as portas do Studio Florescer Crossdresser se abriam para receber quem quisesse se sentir livre, acolhida e inteira.
 

Capítulo 48: O Primeiro Final de Semana no Studio Florescer

A cafeteria não era apenas um comércio — era um refúgio.

Ali, o aroma do café se misturava com o som leve das conversas, das risadas e de histórias que começavam a ser contadas em voz alta, sem medo.

As manhãs de sábado eram sempre especiais: enquanto a amiga cuidava do balcão e do preparo das bebidas, Anna circulava entre as mesas, cumprimentando cada pessoa, oferecendo conforto e escuta.

O pequeno palco ao fundo já tinha agenda — apresentações curtas, poesias, depoimentos e até algumas músicas tocadas por visitantes talentosas.

O microfone ficava sempre aberto para quem quisesse compartilhar algo.

E nos fundos, o vestiário com a penteadeira iluminada havia se tornado um símbolo.
Era comum ver crossdressers chegando discretas, com roupas neutras, e depois de alguns minutos surgirem transformadas — com brilho nos olhos, sorriso no rosto e um ar de liberdade que iluminava o ambiente.
Ali, cada transformação era um renascimento silencioso.

Naquele domingo, o estúdio estava especialmente cheio.
Era o primeiro evento temático do local: “Florescer é Ser”.
As mesas estavam decoradas com pequenos vasos de margaridas, e na parede principal havia uma faixa com a frase:

🌷 “Seja você, por inteiro — o mundo precisa da sua cor.”

Anna subiu ao pequeno palco, com o microfone em mãos, o olhar brilhando de emoção.
A amiga, atrás do balcão, observava com carinho e orgulho.

— Quando abrimos o Studio Florescer — começou Anna —, sabíamos que ele não seria apenas uma cafeteria.
Ela fez uma pausa e sorriu.
— Este lugar é um ponto de encontro. É o espaço onde o medo se dissolve no aroma do café e a coragem floresce em cada olhar.
— Eu mesma demorei muito para entender que não há vergonha em ser quem sou. E hoje, ver tantas pessoas aqui, livres, felizes, me faz acreditar que o amor é a força mais bonita do mundo.

As pessoas aplaudiram com emoção.
Algumas seguravam as mãos umas das outras, outras deixavam lágrimas discretas escaparem.
Era como se, por algumas horas, aquele lugar abrigasse todas as cores, formas e jeitos possíveis de ser.

Mais tarde, ao final do dia, quando o sol já se punha atrás das árvores do parque vizinho, Anna e a amiga fecharam a cafeteria juntas.
Sentaram-se no sofá, cansadas, mas com os corações leves.

— Acho que hoje foi o verdadeiro início — disse a amiga, apoiando a cabeça no ombro de Anna.
— Sim… — respondeu ela, sorrindo. — Hoje o Florescer cumpriu o que veio fazer: dar vida, amor e coragem a quem precisava.

Do lado de fora, as luzes do letreiro refletiam o brilho suave do entardecer.
Studio Florescer Crossdresser – Cafeteria & Espaço de Liberdade.

E naquele instante, as duas sabiam: aquele não era apenas um lugar.
Era um sonho vivo, sustentado por amor, amizade e por todas as almas que, de um jeito ou de outro, também desejavam florescer.

Continua... Aguarde o capítulo 49. 

Confira os capítulos anteriores em: Crônicas Anna Crossdresser

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