Capítulo 43: O Lugar Onde o Amor Mora
A semana começou diferente.
O escritório, que antes era apenas o cenário dos dias de trabalho, agora parecia irradiar uma energia nova — uma mistura de expectativa e doçura.
Anna e a amiga passavam horas entre planilhas, clientes e, nos intervalos, sites de imóveis abertos na tela do computador.
Cada foto, cada planta, cada cantinho era analisado com o mesmo entusiasmo de quem sonha acordado.
— Esse aqui tem uma varanda linda! — dizia a amiga, virando o notebook na direção de Anna.
— Verdade… já imaginei a gente tomando café ali, com as plantas e o barulho da rua lá embaixo — respondia Anna, sorrindo.
O simples ato de imaginar uma casa compartilhada fazia o coração de ambas bater mais forte.
Não era só sobre encontrar um apartamento — era sobre encontrar um lar onde pudessem existir plenamente, sem receios, sem máscaras.
Nos fins de tarde, depois do trabalho, começaram a visitar alguns lugares.
Um deles era pequeno, mas banhado de luz natural. As paredes brancas refletiam o sol, e as janelas abertas deixavam entrar uma brisa suave.
— Sente isso? — perguntou Anna, fechando os olhos por um instante.
— Sinto — respondeu a amiga. — Parece… paz.
Anna olhou ao redor e imaginou o futuro ali:
As flores que colocaria na janela.
O sofá coberto por uma manta colorida.
O aroma de café nas manhãs de domingo.
E o som suave de risadas ecoando pelos cômodos.
— Acho que é aqui — disse, enfim.
A amiga assentiu, sorrindo.
— Eu também senti. É simples, mas tem a nossa cara.
Alguns dias depois, as chaves estavam nas mãos delas.
No primeiro sábado, chegaram com caixas, plantas e uma imensa vontade de recomeçar.
Anna está usando um shortinho jeans, blusinha feminina preta delicada e um tênis confortável preto. A amiga está usando uma calça jeans, regatinha branca decotada e tênis confortável branco.
Enquanto organizavam as coisas, riam, se abraçavam, trocavam ideias sobre onde colocar cada detalhe.
O espelho grande na sala foi o primeiro objeto que Anna pendurou.
— Esse espelho é importante pra mim — explicou. — Foi diante dele que aprendi a me enxergar de verdade.
A amiga se aproximou, colocando as mãos nos ombros dela.
— E agora ele vai refletir tudo o que somos — disse, com voz suave.
No fim da tarde, sentaram-se juntas no chão, entre caixas abertas e raios de sol que entravam pela janela.
— A gente conseguiu, né? — perguntou Anna, sorrindo.
— Conseguiu — respondeu a amiga. — Agora, esse é o nosso lar.
Anna encostou a cabeça no ombro dela, e as duas ficaram em silêncio por um momento, apenas observando a luz mudar de cor.
Era o pôr do sol mais bonito que Anna já tinha visto — talvez porque, pela primeira vez, ela sabia que o amor estava exatamente onde deveria estar: em casa.
Continua... Aguarde o capítulo 44.
Confira os capítulos anteriores em: Crônicas Anna Crossdresser
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