Capítulo 38: Encontro Inesperado no Parque

Capítulo 38: Encontro Inesperado no Parque

O domingo amanheceu sereno, com o céu azul e o cheiro doce das árvores molhadas pelo orvalho.
Anna e a amiga decidiram aproveitar o dia livre com um passeio no parque da cidade — um refúgio verde onde o tempo parecia correr mais devagar.
 

Crônica Crossdresser - Capítulo 38: Encontro Inesperado no Parque

Anna escolheu um look leve: um vestido floral curto, sandálias baixas e um chapéu de aba larga. A amiga, de shorts azul claro bem curto e uma blusa de alça branca e sapatilhas brancas, levava uma pequena cesta de piquenique.
As duas caminhavam lado a lado, rindo e trocando olhares cúmplices.

Enquanto caminhavam entre as alamedas arborizadas, Anna sentia uma mistura de tranquilidade e alegria. Cada gesto simples — segurar a mão da amiga, sentir o vento no rosto, ouvir o canto dos pássaros — era um lembrete de que viver sua verdade valia cada passo do caminho.

Mas a calma do momento foi interrompida quando ouviram uma voz familiar:
— Sabia que eram vocês!

As duas se viraram.
Era Cláudia, uma antiga colega de faculdade das duas. Uma mulher alegre, comunicativa, conhecida por estar sempre por dentro de tudo.
Ela se aproximou com um sorriso curioso, os olhos alternando entre Anna e a amiga.

— Que coincidência! Eu não sabia que vocês duas se conheciam tão bem! — Olhando para Anna com curiosidade. — Não sabia que você... — nesse momento Cláudia foi interrompida por Anna.

Anna sentindo o coração acelerar. A voz de Cláudia era amigável, mas o olhar curioso denunciava uma pergunta. Então Anna responde:
— Sim, sou eu mesmo. — Anna respira fundo. — Sou uma mulher, sempre me senti assim e finalmente consegui colocar para fora quem eu realmente sou.

A amiga respirou fundo, pegou na mão de Anna e disse com naturalidade:
— Isso mesmo, e Anna e eu trabalhamos juntas e… bom, também somos bem próximas fora do trabalho.

O tom era sereno, firme, e o gesto — de segurar a mão de Anna em público — dizia mais do que qualquer explicação.

Cláudia sorriu, um pouco surpresa.
— Que lindo! Não fazia ideia. Anna, né? Eu já tinha ouvido falar, mas… imaginava que seriam apenas boatos.

Anna respondeu com um sorriso educado, embora sentisse o coração bater mais rápido.
— É, mas não são boatos, a mais pura verdade é que eu sou uma mulher de verdade, minha alma é feminina.

Por alguns segundos, o ar pareceu suspenso. Mas então Cláudia, percebendo o carinho evidente entre as duas, relaxou o semblante e disse com leveza:
— Bom, fico feliz de ver vocês tão bem. Adorei encontrar vocês aqui! E, Anna? Você é linda!

Depois de trocarem algumas palavras, Cláudia se despediu e seguiu seu caminho.

O silêncio que ficou foi leve, mas cheio de significado.
Anna olhou para a amiga, ainda um pouco tensa.
— Você acha que ela percebeu que somos mais que amigas?
— Talvez sim — respondeu a amiga, com um sorriso tranquilo. — Mas quer saber? Não importa. O que importa é que está tudo bem. E que a gente não precisa mais se esconder.

Anna suspirou, sentindo o peito se abrir num alívio silencioso.
O medo que antes a acompanhava parecia perder a força diante da verdade que vivia — uma verdade sustentada por amor, respeito e autenticidade.

As duas voltaram a caminhar pelo parque de mãos dadas.
O sol filtrava-se entre as folhas, criando desenhos dourados no chão.
E Anna percebeu que, mesmo diante do inesperado, ela não sentia vergonha — apenas orgulho de estar sendo quem é, ao lado de quem a ama.

Aquele encontro inesperado, que poderia ter sido motivo de apreensão, acabou se tornando um marco: a confirmação de que sua feminilidade e o amor delas era mais forte do que o olhar dos outros.

E enquanto o vento suave tocava seus rostos, Anna pensou que talvez fosse esse o verdadeiro sentido da liberdade — não apenas se vestir como quer, mas viver como é. 

Continua... Aguarde o capítulo 39. 

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